domingo, 30 de maio de 2010

Já foi, ela passou.

Nesse calor quase senegalesco que hoje nos encontramos, sentei no terraço de casa para ler mais um dos clássicos da literatura. Sentada e concentrada na leitura, que apesar de prolixa, é interessante, me assustei ao ouvir gritos e sorrisos que vinham da rua. Logo percebi que eram alguns pivetes que não tinha outra coisas melhor para fazer do que correr na rua sob um sol de quase 40 graus. Eles me tiraram toda concentração, então resolvi parar e escuta-los. No instante em que parei, percebi que não tinha uma motivo específico para aqueles sorrisos de forma tão efusiva. Eles riam apenas porque corriam juntos, se sentiam livres e não tinha niguem para gritar "Não faça isso". Derrepente soprou um vento quente e junto com ele me vieram as lembranças de um tempo em que eu era a protagonista da história, em que eu atormentava o juízo da minha mãe, por pura inocência. Lembrei do tempo em que toda manhã tinha uma lancheira pronta e dentro dela tinha um suco gelado, uma toalinha, um pacotinho de biscoito recheado ou então, ao invés do suco, tinha um "chubby cola" e mais 0,50 centavos para comprar uma ficha e comer um cheetos de queijo. (acreditem, na época o cheetos era 0,50.) Lembrei também do tempo em que o "cantinho da reflexão" na minha escola, não me faziam parar de beliscar quem eu não gostava e nem de pedir desculpa depois disso. rs. Foram lembraças tão fortes que pareciam ter acontecido ano passado ou no máximo retrasado. Mas ai, meus doces devaneios foram interrompidos subitamente pelo toque estridente do celular, era o namorado.
Ao desligar ouvir o grito do pai de umas das crianças, pelo visto tinham saido escondidas, sem permissão, então elas voltaram pra casa e a rua rua ficou calma e pacata mais uma vez. Foi ai que parei, pensei e percebi que a vida passa, que cada fase dela é única, de extrema importância e cada uma dessas fases deixam marcas que um dia todos nós teremos saudades e ,as vezes até vontade de vive-las de novo. Mas ai ja foi, ela passou.

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